BECO ESTREITO



Pérola de um Sertão Encantado

Contar histórias. Ouvir histórias. Sonhar histórias. Ver histórias. Hugo Macedo extrai pérolas de um sertão encantado, perpetuando e registrando cotidianos singulares da vida de um povo.
O livro descreve cinqüenta causos contados nas ruas, mesas de bares e esquinas de Parelhas. O autor resgata e eterniza as histórias cômicas do folclorista Mané Bonitim, do poeta Baé, do matuto Boró, do esperto e manhoso Galego de Emídio, de Mané Diana e tantos outros parelhenses que circulam na cidade insultando, instigando, brincando, enfim, contado o dia a dia do município, de maneira alegre e divertida.
Textos curtos, diretos e bem humorados, usando linguagem simples, de fácil entendimento, de muito encanto.

ONDE COMPRAR:

NATAL: Livrarias Siciliano, AS Livros, Livraria UFRN, Poty Livros e Café São Luis
CURRAIS NOVOS: Casa de Cultura, Livraria Ler e Discot.
CAICÓ: Livraria em frente a UFRN (Gomes).
PARELHAS: Seridó Turismo, Casa de Cultura e Bana.

GARGALHEIRAS


De brumas se fez gargantas, que logo habitaram as acauãs. Rio cheio e seco - de quando em vez - fez ali surgir, em paredões e águas dormentes, uma imensidão de beleza. Pedra sobre pedra, ocre dura do primórdio, em nomes e formas de ruma se ver por lá: pedra do navio, pedra da baleia, das araras, do canhão... Até um artista escultor aproveita da fartura e emoldura no granito sua arte secular.

A sutileza do lugar associada aos caprichos do homem, nos permitem deslumbramentos e sonhos. No balanço das manhosas e silenciosas maretas, trafegam canoas - manhãs tardes sem cessar - cheinhas de Tucunarés, arrumados por ali nos samburás.

Madrugadas solitárias transbordam de lembranças minha infância pastoril. Açudes de areia, mergulhos de emoções, estórias assombradas... ao passo que o sol se aponta na ribanceira, do lado de lá. Diante disso, meus olhos investigam ângulos, formas, luz, cor, vida, algo que eu possa eternizar, partes desse lindo lugar.















































































Gargalheiras: belíssimo açude, encravado na região Seridó oriental potiguar, no município de Acari/RN, a 210 quilômetros de Natal/RN.

ÍNDIOS AWÁ GUAJÁ

AWÁ GUAJÁ



Conhecer e fotografar os índios Awá-Guajá foi um sonho realizado. Uma experiência e tanto. De passagem por São Luis/MA, ventilou-se uma possibilidade de conhecermos uma tribo indígena, no noroeste do Estado. Contatamos com a FUNAI e partimos da capital do regue brasileiro, indo direto para o posto da FUNAI, na cidade de Santa Inês, a procura do contato e do tão sonhado momento.
Viajamos três horas por estradas perigosas, cheias de curvas e ladeiras, até chegarmos às margens do rio Caru, já de noitinha. Pegamos uma canoa chamada Avoadeira e, do outro lado, pisamos nas terras dos Awá-Guajá. Andamos um quilômetro e já estávamos no acampamento da Fundação Nacional do Índio, onde nos alojamos. Depois do jantar – cozido de peixe com farinha bem grossa - sentamos na varanda.
Quando começamos a prosar, chegaram dois índios falando em Tupi-Guarani, dizendo que fizeram a takaia para a cerimônia de “Ohó iwa-beh” (em português “viagem para o céu”). Estávamos com sorte, pois a nossa permanência seria de apenas uma noite e uma manhã, e sabíamos que esse ritual se tornara raro para os Awá. Portanto, um presente dos Deuses, deles.
Pegamos o equipamento e fomos à tribo, numa noite de lua nova e um céu cheio de estralas. Ao chegarmos, negociamos com o cacique que teríamos de interferir em alguns momentos, usando uma lanterna pequena e um flash embutido para termos um pouco de luz. Fotografamos e voltamos maravilhados com o que vimos e clicamos. Na manhã, bem cedo, voltamos e completamos a nossa permanência, registrando os aspectos da tribo e de sua gente.
Os Guajá, que vivem na pré-Amazônia brasileira, constituem um dos últimos povos caçadores e coletores do Brasil. Além dos aldeados pela FUNAI, um certo número de Guajá vive na floresta, sem contato permanente com a nossa sociedade. Eles se autodenominam Awá, termo que significa “homem” ou “pessoa”. Os Awá-Guajá em contato permanente vivem no noroeste do estado do Maranhão, nas Terras Indígenas Alto Turiaçu e Caru, ambas já demarcadas e homologadas, estabelecendo um terreno contínuo, em tese menos sujeito às invasões.

















Família Guajá: Ao longo de sua vida, tanto um homem quanto uma mulher podem ter vários matrimônios.
















Eles se adaptaram a uma nova estratégia de subsistência, mas, a caça de animais ainda faz parte de seus costumes.



























Guajá exibindo sua caça.




























Na cerimônia religiosa, quando os homens penetram o céu, lá se encontram com os seus antepassados e outras entidades espirituais.















apesar do aumento da população, os Guajá estão sujeitos a um futuro incerto.

















primogênito da tribo Awá.

















Interior de uma morada Gaujá.


























Mãe e filho posam para foto.

PEGA DE BOI

Pega de Boi


Prática quase extinta no sertão, alguns fazendeiros do Seridó, apaixonados pelas tradições, levantaram a poeira e passaram a valorizar o "Pega de Boi", em forma de competição.


Nas fazendas de antigamente, o gado era criado solto na caatinga. A cada temporada ou fim de estação, os fazendeiros organizavam o que eles chamavam de “pega de boi”. Uma festa onde se reuniam todos os vaqueiros da região para pegar o gado que vivia na solta e que seria marcado a ferro, castrado e conduzido para áreas onde os pastos existissem em maior abundância. Essa tarefa era difícil. Os animais viviam em áreas de mato fechado, cheias de espinhos e galhos secos.


O exercício de capturar o boi no mato exigia do vaqueiro extrema perícia e coragem. Depois acabou criando heróis e muitas lendas entre os homens rudes do campo. Os melhores e mais corajosos eram reverenciados como ícones. O “pega de boi” começou a ganhar nova roupagem e sair do meio do mato para chegar às cidades onde ganhou platéia e seguidores com a vaquejada. Vejam o documentário fotográfico do pega, ocorrido dia 05 de nov. de 2006 na fazenda Pitombeira, em Acari/RN.














Vaqueiros pedem proteção















Vaqueiro chega para o Pega
















Alinham-se para a foto














É dada a largada…














Boi e Vaqueiros no mato…












Abaixa e se livra dos espinhos...











Tem boi na linha...














Pega no rabo do animal. Pura adrenalina...












Sai do cavalo e derruba o boi pelos chifres…











A volta triunfante...














E o resultado da bravura.