RODEANDO GARGALHEIRAS


Trabalhar com fotografia é muito divertido e acompanhado a um bom tema, passa a ser bem mais prazeroso. Fiz umas fotos para uma empresa, que a idéia foifotografar uma cavalgada para vender a turistas, no açude Gargalheiras. Começamos saindo da vila dos pescadores, em direção à estrada da prainha. Passamos por uma serrota que só se cruza a pé ou a cavalo; apeamos na comunidade de Bulhões, onde tomamos cachaça e comemos galinha caipira, feita em panela de barro. Atravessamos o local mais a montante da barragem, onde visitamos fazendas de casarões antigos e conversamos com matutos de sítio. llmpamos a vista com o verde dos capins, plantados nas vazantes de rio. rodeamos todo o açude até o sítio mais distante, de quem só vai lá a negócio.
À noite, a surpresa teria de vir. Qual o quê! Um forró pé-de-serra no terreiro da casa, acompanhado por um michuí de carneiro feito por um mestre da cozinha francesa. Ufa! Vida de fotógrafo, é luta.






























































































































































INSTITUTO RICARDO BRENNAND


O importante e interessante Instituto foi criado pelo colecionador pernambucano Ricardo Brennand, que durante cinqüenta anos vem adquirindo obras de arte das mais diferentes procedências e épocas, cobrindo um espaço de tempo entre a Europa medieval do século XV, o Brasil colonial das invasões holandesa, século XVII, até o Brasil do século XIX. Essas obras de arte estão reunidas em coleções de pintura, brasileira e estrangeira, com destaque para a maior coleção privada do pintor holandês Frans Post, um núcleo de armaria que é considerada hoje uma das maiores coleções do mundo, com cerca de 3.000 peças, fabricadas na Europa, Turquia, Índia e Japão, armas de caça, guerra, proteção pessoal e exibição, defensivas e ofensivas, armaduras para cavaleiros e cavalos, com destaque para as armaduras completas com escudos, capacetes, guantes e cotas de malha de ferro, usadas pelos cavaleiros em batalhas, especialmente na Idade Média e também um mobiliária peças em estilo gótico, de procedência inglesa e francesa. O espaço está localizado no bairro de Várzea, em Recife/PE.






































































































































FOLCLORE POTIGUAR


Imagens do Folclore Potiguar

Por Alexandro Gurgel
alex-gurgel@oi.com.br

Na sua sapiência, é o próprio Cascudo quem nos ensina que todos os povos do mundo possuem um patrimônio de tradições que se transmite oralmente que é defendido e conservado pelo costume. Esse patrimônio milenar é o folclore, que cresce com os conhecimentos diários, se integrando aos hábitos grupais, domésticos ou nacionais.

O folclore norte-riograndense é contado feito uma ópera pictórica erudita através das fotografias de Hugo Macedo, que inventa novos ângulos para capta o menino brincante, o transformando num herói anônimo que defende as tradições potiguares numa dança bem compassada.

Com seus cocares, arcos e flechas, os Caboclinhos de Ceará Mirim desfilam fagueiros diante da casa do Mestre Cascudo, reverenciando a morada do grande folclorista e embalando as horas vadias da tarde que passa deixando um aroma de charuto inacabado.

No conjunto de elementos artísticos populares, o Boi Calemba é um ícone dessa tradição centenária, vivendo nas festanças potiguares tendo a frente o Mestre do Boi, quase sempre dono do espetáculo. Conforme o folclorista Deífilo Gurgel, o Boi Calemba se diferencia dos outros folguedos brasileiros e não tem enredo, por ter se descaracterizado, limitando-se o brinquedo hoje, pelo menos em Natal e em São Gonçalo do Amarante, quase só as danças e cantigas.

No elenco fotográfico “macediano” destaca-se o menino galante, dançando tal qual gente grande, trazendo no espírito os compassos da tradição. Mateus, Birico e Catirina compõem a trupe do Boi encantado, espalhando cantigas natalinas, na zoada de um pequeno conjunto de pau-e-corda que acompanha o folguedo.

Na vila de Ponta Negra, os velhos reis do Congo de Caçola reúnem elementos temáticos africanos e ibéricos nas suas congadas, transformados num cortejo real, como se fosse uma cerimônia de coroação de reis escravos.

As imagens silenciosas e suas silhuetas riscando a noite compõem, quadro a quadro, o perfil folclórico da terra potiguar.