
Quando “enrolei” a primeira curva da estrada empoeirada, que fica à vista da cidade, vi o sertanejo de saco nas costas, com um chapéu de palha na cabeça, andando a galope.
- Êita cena bacana! Exclamei pra Lôra.
Mudei de idéia, preparei a câmera que estava jogada atrás do banco traseiro, e acelerei o carro para passar do sertanejo - jogando poeira pra tudo quanto é lado - a procura da melhor posição de disparo.
Parei o carro e sai sem a câmera para não assustar o empoeirado homem. Me fazendo de doido, forcei uma urinada, quando ouvi uma voz por trás de mim:
- Tarde.
Respondi – tarde - apressadamente e fui, num vulto, pegar a câmera para me posicionar.
Mirei frente à cena que almejava tanto. Abri o ângulo da objetiva para compor a caatinga, quando vi, à esquerda, um pneu velho, jogado num dos lados da estrada. Teria que decidir rapidamente se o pneu entraria ou não na composição, pois o sertanejo estava a galopar. Por último decidi, acertadamente, que um dos pés levantado seria o momento certo do clique, para o movimento que eu prentendia dar.
Pronto!
- Fogo!